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Os hunikuins e suas regiões na Amazônia

Os hunikuins são um povo da língua pano, com uma população estimada em 7.900 índios, que habitam a Floresta Amazônica de ambos as lados da fronteira entre a leste peruano e o noroeste brasileiro, no estado do Acre. Atualmente são o grupo indígena mais numeroso da floresta, representando 43% da população (excetuando os chamados “índios isolados”). As aldeias hunikuins do Peru são localizadas nas margens dos rios Purus e Curanja, enquanto as aldeias do lado brasileiro são espalhadas ao longo de vários rios importantes e seus afluentes (Tarauca, Jordão, Breu, Murú, Envira, Humaitá e Purus). Os hunikuins vivem da caça e pesca, além de plantarem e colherem exatamente o que consomem. Assim, nesta cultura típica não há nenhuma comercialização dos produtos voltados a sua alimentação. A troca ou venda ocorre, porém, com os produtos culturais, não voltados à subsistência, como os artesanatos –  especialmente tecidos com desenho, redes, peças de argila, pulseiras, cordões e outros adorno de miçangas confeccionados pelas mulheres das tribos. Os traços e desenhos dos artesanatos hunikuin possuem características próprias, fortes e marcantes.

The hunikuin are a people of the pano language, with a estimated population of 7,900 indigenous, inhabiting the Amazonic Forest in both sides of the border between east of Peru and northwest of Brazil, in the state of Acre. Currently they are the most numerous indigenous  group of the forest, representing 43% of the population (excepting the so called “isolated indians”). The hunikuin villages in Peru are located at the margin of Purus and Curanja rivers, while the brazilian side villages are spread over many important rivers and their afluents (Tarauca, Jordão, Breu, Murú, Envira, Humaitá e Purus). The hunikuin live from the hunting and fishing, also planting and harvesting exactly what they consume. In this sense, in this tipical culture there is none commercialization of products from their food. The exchange or selling occurs, however, with the cultural products, which are not aimed at the subsistance, like handicraft, specially painted fabrics, nets, clay pieces, bracelets, necklaces and other beads adornments made by the village women. The hunikuin craftwork traces and designs have it’s own powerful and marking characteristics.

Segundo registros, os hunikuins brasileiros habitavam inicialmente a área do Alto Juruá e depois passaram a viver no entorno dos rios Muru, Humaitá e concentraram-se principalmente no Iboiçu – todos afluentes do rio Envira, que por sua vez, é um afluente do Juruá. Assim, acredita-se que esse seja o habitat original dos hunikuins.

According to records, the brazilian hunikuin initially inhabitated the High Juruá area and afterwards started to live around the Muru, Humaitá and specially the Iboiçu rivers, where they then concetrated. These rivers are afluents of Envira river which is, in its turn, a Juruá afluent. So, it’s believed that this is the original habitat of the hunikuin.

Com a colonização brasileira, muitos anos depois que esses povos originários viviam na região amazônica, chegaram os seringueiros. Os exploradores da borracha impuseram  transformações na ecologia do território, introduzindo as armas de fogo e levando a etnia a se distribuir pelo Brasil. Do ponto de vista de quem está no Acre rumando para o Peru, os hunikuins ocupam a margem direita, ficando a margem esquerda ocupada pelos Kulinas. No século XVIII, os colonizadores organizaram excursões à procura de escravos na região, mas não há registro de que as etnias tenham sido escravizadas. Acredita-se, porém, que nos primeiros contatos dos não índios, os hunikuins tenham tido numerosas baixas, por conta do contágio de doenças trazidas pelos colonizadores. De qualquer maneira, é fato conhecido por historiadores que esse tipo de expedições dirigidas à captura de mão de obra escrava fez com que muitos índios tenham sido escravizados e maltratados.

With the brazilian collonization, many years after the original folk lived in the amazon regiion, then came the seringueiros (rubber tappers). The rubber explorers imposed transformations in the territory ecology, introducing fire weapons and leading the etny to distribute themselves throughout the Brazil. In the perspective of someone who is in Acre going to Peru, the hunikuin occupied the right side of the way, while the left side was ocupied by the Kulina. In the 18th century, the colonizers organized excursions to find slaves in the region, but there’s no records that these ethnicities have been enslaved. It’s believed, however, that in the first contacts with non-indigenous, the hunikuin have had numerous casualities because of contagious deseases brought by the colonizers. Anyway, it’s a known fact by historians that this kind of expedition directed to the capture of slave labor force leaded to the subdual and mistreatment of many indians. 

No final do século XIX, por volta de 1890, inicia-se uma onda de invasões de caucheiros peruanos (caucheiros são profissionais que extraem látex de uma árvore popularmente conhecida como caucho, da família da seringueira). Eles vinham em busca dos cauchos, mas diferentemente da seringueira, a árvore precisa ser arrancada para se extrair o látex. Portanto, os peruanos cortavam inúmeras árvores, o que levou à degradação e esgotamento da região onde habitavam os hanukuins. A exploração caucheira durou cerca de 20 anos e causou grande destruição. Quando chegaram os seringueiros brasileiros, que extraiam a borracha da Hevea brasiliensis por meio de cortes e sulcos feitos no corpo da árvore, sem a necessidade de derrubada do exemplar. Eles permaneceram por um período longo de tempo, apesar dos altos e baixos do mercado de borracha no início do século XX.

By the end of the 19th century, around 1890, it starts a wave of invasions of Peruvian cauceros (caucheiros or cauceros are professionals that extracts latex from a tree popular known as caucho, from the rubber tree [seringueira] family). They came searching for caucho, but unlike the rubber tree, this tree must be ripped out to extract the latex. Therefore, the peruvians cutted countless trees, leading to a degradation and depletion of the region where the hunikuin lived.  The caucero exploration lasted for 20 years and made a great destruction. Only then came the brazilian serigueiros, that extracts rubber from the Hevea brasiliensis by making cuts and grooves in the tree trunk, without the necessity to chop it down. They remained in the area for a long period of time, despite the high and low of the rubber market in the beginning of the 20th century.

A presença dos caucheiros foi muito violenta na região porque derrubar uma árvore é inadmissível para os povos indígenas. Nesse violento contato entre caucheiros e grupos indígenas, esses tiveram novamente grandes perdas, causadas pelos confrontos e doenças trazidas por aqueles peruanos.

The cauceros presence was very violent in the region becausetaking down a tree is inadmissible for the indigenous people. In this violent contact between cauceros and indigenous groups, these had again great losses caused by confrontation and deaseases brought by that peruvians.

Esses foram apenas os primeiros reveses desse povo originário. Por volta de 1910, o governo brasileiro começa a propor a ocupação do estado do Acre, promovendo uma campanha focada na atração dos moradores do Nordeste do país para a região do Norte, sob a promissora prosperidade do Ciclo da Borracha, cujo auge ocorreu em 1912. O povo nordestino viu a proposta como uma oportunidade de fugir das secas constantes de sua região e começou a migrar para o Norte.

These are only the first setbacks of the original people. Around the year of 1910, the brazilian government begins  to porpose the occupation of Acre state, promoting a campaign focused in the atraction of Northeast population of the coutry to the North region, under the promising prosperity of the Rubber Cicle, with its peak at 1912. The northeast people saw the proposal as an opportunity to escape the constant dryness of their region e started to migrate North.

O estado do Amazonas, em especial as regiões ribeirinhas, começou a receber esses migrantes. Em 1913, com a ocupação do Acre chegaram os primeiros grupos de nordestinos, a maioria formada por cearenses. Até então, a Floresta Amazônica da porção acreana se mantinha quase intacta. Com a chegada de mais de 100 mil nordestinos na região do Juruá (40 mil) e Purus (60 mil) trazidos pelo programa de integração do Acre com o estado brasileiro, começou a expulsar os caucheiros peruanos, um dos objetivos do governo federal. Porém, toda essa movimentação não ocorreu de forma pacífica. Os mateiros que estavam na região, não tinham somente a função de abrir trilhas e passagens para a seringa, mas eram contratados para limpar a área dos “índios brabos”.

The state of Amazonas, specially the riverside regions, started to receive those migrants. In 1913, with the occupation of Acre, there came the first northeastern groups, they’re majority composed by Ceará people. Untill then, the Acre portion of the Rain Forest was almost intact. With the arrival of more than 100 thousand northeasterns around the Juruá (40,000) and Purus (60,000) rivers as part of the program of the acrean integration with Brazil’s State, the expulsion of peruvian cauceros also took place, what was one of the federal gorvernment objectives. However, all this movimentation did not occur in a pacific way. The mateiros (bushmen) did not only have the function to open trails and passages to the rubber sites, but they were also contracted to clear the area of “mad indians”.

A reação  dos índios hunikuin na ocasião, já muito fragilizados após o contato om os caucheiros, não foi de confronto, mas de isolamento. Ao longo dos anos, diversos hunikuins tomaram a decisão de fazer contato mais próximo com os não índios, apesar dessa decisão ter sido – e ainda ser – muito questionada pelas lideranças indígenas da etnia. Hoje, eles estão distribuídos em 12 pontos da Amazônia brasileira, tendo uma população estimada em 7.900 hunikuins no território brasileiro e 2.550 do lado peruano.

The hunikuin reaction in the ocasion, already much fragilized from the previous shocks, was not of confrontation, but of isolation. Along the years, many hunikuin have taken the decision to make closer contact with the non-indigenous, altought the decision have been – and still is – much questioned by the indiginous leadership of the ethnicity. Today, they are distributed in 12 sites of the brazilian Amazon, with an estimated population of 7,900 hunikuin on this side, and 2,550 in the peruvian territory.

Curiosidades

Algumas histórias dessa etnia relatam a perspectiva dos hunikuin sobre o contato dos não-índios. Em 1952 uma expedição de biólogos e antropólogos alemães chegou no lado peruano quase fronteira com o Brasil, numa cidade da floresta chamada Curanja, para estudar as plantas nativas e fazer possíveis contatos com os índios. Os livros dessa expedição estão hoje no Museu das Expedições, na Alemanha, e neles se encontram as narrativas dos visitantes. Segundo esses relatos, os alemães encontraram oito aldeias de hunikuins, onde habitavam cerca de 120 pessoas.

Some stories of this ethnicity relate the hunikuin perspective about the contact with the non-indigenous. In 1952, a expedition of german biologists and anthropologists arrived the peruvian side, almost in the frontier with Brazil, in a forest ciry called Curanja to study native plants and do possible contacts with the indians. The books of this expedition are, today, in the Expedition Museum, in Germanny, and in them we find the narratives of the visitors. According to those reports, the germans have found  eight hunikuin villages, where lived about 120 people.

Alguns dias após a chegada, o grupo começou as filmagens de registros dos contatos físicos mais próximos entre os índios e os alemães, deixando o povo da terra intrigado com aquelas máquinas fotográficas, tripés e outros equipamentos. Em consequência àquela visita, uma onda de sarampo instalou-se entre a população indígena das aldeias, e culminou na morte de 80% dos adultos. Os hunikuins consideraram aquelas máquinas estranha e as filmagens as causas da tragédia.

A few days after arriving, the group began to film and register closer phisical contact between indigenous and german, letting the people of the land puzzled with those photographic machines,  tripods and other equipments. In consequence of that visit,  
a wave of measles was installed in the villages population, culminating in the death of 80%  of the adult. The hunikuin considered those strage machines and the filming as causes of the tragedy.

Em sua compreensão, aquela imagem reduzida das pessoas filmadas, que aparece por dentro da lente, também reduziam os seus “yuxin yuda” – uma espécie de anjo da guarda – e, com isso, os índios morriam. Os hunikuins, sob forma de vingança, aniquilaram quase todos os pesquisadores. Os que conseguiram fugir desse trágico encontro voltaram para a cidade de Curanja, enquanto os índios sobreviventes ao surto fugiram para o lado brasileiro, em busca de abrigo com seus parentes, já instalados às margens rio Envira e do Jordão.

In their understanding, that reduced image of filmed people, which appears inside the lens, also reduced their “yuxin yuda” – a kind of guardian angel – and, with that, the indigenous would die.  The hunikuin, as a form of vengeance, annihilated almost all the researchers. Those who were able to flee from this tragic encounter headed back to the Curanja city, while the surviving indigenous people escaped to the brazilian side, looking for shelter with their relatives, already installed at the margins of Envira and Jordão river.

Hoje, os hunikuins buscam o resgate de suas tradições, investindo na escrita de sua história e, assim, perpetuando a sua cultura para gerações futuras.

Presently, the Hunikuin aim for rescuing their traditions, investing in the writing of their history and, so, perpetuating their culture for future generations.

Xamanismo

Os Hunikuin atualmente realizam um papel importante no xamanismo brasileiro e mundial. Ao mesmo tempo que permanecem um povo que valoriza suas raízes, principalmente com relação aos seus saberes e práticas espirituais e medicinais, sua cultura também promove grande dinamismo no contato com o resto do mundo. Os pajés (xamãs), txanas (cantores), artesãs e artesões hunikuin viajam o Brasil e outros países no propósito de união, promovendo a expansão da consciência humana enquanto guardiões das medicinas da floresta. Sua missão de união junta com sensibilidade índios e não-índios, fortalecendo todos na intenção de estabelecer harmonia entre os seres humanos e a mãe natureza.

The Hunikuin presently play a important part in the brazilian and global shamanism. At the same time that they remain a people that values their own roots, above all regarding their spitirual and medicinal knowledge and practices, their culture also promotes a great dynamic contact with the rest of the world. Hunikuin pajés (shamans), txanas  (singers), women and men artisans travel Brazil and other countries in the porpose of union, promoting the expansion of human consciousness as guardians of the forest medicines. Their mission of union joins with tenderness indigenous and non-indigenous, strengthening all in the intention of establishing harmony between human beings and mother nature.

O uso da ayahuasca é considerado privilégio do xamã em muitos grupos amazônicos. É uma consagração çancestral e coletiva entre os hunikuins, praticada por todos os homens adultos e adolescentes que desejam ver “o mundo do cipó”. O mukaya seria aquele que não precisa de nenhuma substância, nenhuma ajuda exterior, para se comunicar com o lado invisível da realidade. Mas todos os homens adultos são um pouco xamãs na medida em que aprendem a controlar suas visões e interações com o mundo dos yuxin yuda.

Ayahuasca use is considered a privilegde of the shaman in many amazonian groups. It’s a ancestral and collective consagration between hunikuin, practiced by all adult and young men that wish to see the “vine world”. The mukaya would be the one who doesn’t need any substance nor external help to communicate with the invisible side of reality. However, all grown up men are part shaman as they learn to control their visions and interactions with the world of the yuxin yuda.

Dois fatos facilmente observáveis que apontam nessa direção, é o uso freqüente da ayhauasca aproximadamente duas, três, quatro ou mais vezes por mês, e as longas caminhadas solitárias de alguns velhos, sem o objetivo de caçar, mas sim de procurar ervas medicinais que possam ser úteis em seus ritos de cura ou de pajelança. Essas duas atividades mostram uma procura ativa de estabelecer um contato intenso com a yuxindade. Yuxindade é uma categoria que sintetiza bem a cosmovisão xamânica dos hunikuins, com uma visão que considera o espiritual (yuxin) como algo sobrenatural e sobre-humano, localizado além da natureza e do humano. O yuxin é o espiritual ou a força vital permeia todo o fenômeno vivo na terra, nas águas e nos céus.

Two facts easily seen that point in this direction is the frequent use of ayahuasca approximatelytwo, three, four or more times in a month, and the long and lonely walks of some elder, not with the objective to hunt, but to find medicinal herbs that can be useful in their healing or shamaninc rites. These two activities show a active demand in establishing a intense contact with the yuxinity. Yuxinity is a category that fairly synthesizes the shamanic hunikuin cosmovision, as a vision that considers the spitirual (yuxin) as something supernatural and super-human, located beyond nature and human. The yuxin is the spiritual or life force that permeates all living phenomenon in earth, waters and heavens.

A atividade do xamã que procura conhecer e relacionar-se com os yuxins é indispensável para o bem-estar da comunidade. A causa última de todo mal-estar, doença ou crise tem suas raízes neste lado yuxin da realidade, em que o xamã, como mediador entre os dois mundos (espiritual e material), é necessário. Os lugares com maior concentração de yuxin são os barrancos (onde moram os mawam yuxibu), o lago e as árvores.

The activities of the shaman that is looking for knowing and relating oneself with the yuxin is indispensable to the community well-being. The ultimate cause of every malaise, desease or risis has its roots in the yuxin side of reality, where the shaman, as a mediator between the two worlds (spiritual and material), is necessary. The places with greatest yuxin concentration are the ravines (where the mawam yuxibu  live), the lakes and the trees.

A cidade de Jordão

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a pequena cidade de Jordão tem uma população estimada de 7.858 habitantes (2017), e está localizada num local que anteriormente era denominado Seringal Duas Nações, de propriedade de Levi Saveda, e que pertencia ao município de Tarauacá. Em 1956 passou a ser denominada Vila Jordão. Em 29 de março de 1992, seu povo se reuniu e resolveu transformar a Vila Jordão em município. Houve um plebiscito que por maioria absoluta de votos pedia a elevação à categoria de município de Jordão.

According to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), the small town of Jordão haz a estimated population of 7,858 habitants (2017), and it’s located in a place that was previously called as Seringal Duas Nações (Two Nations Rubber Forest), property of Levi Saveda and part of Tarauacá county. In 1956, it started to be called as Vila Jordão (Jordão Village). In March 29, 1992, its people gathered and decided to transform the Jordão Village in a town. There was a plebiscite in which the majority of votes asked for the elevation to the category of Jordão to a town.

Hoje, a principal fonte de renda da cidade, é o extrativismo do látex. Os nascidos nesta cidade, chamam-se Jordãoenses, e o município se estende por 5.357,3 Km2. Contava em seu último censo (2010), a população era de 6.577 habitantes por toda esta extensão do território, sendo a sua grande maioria formado por índios. Situado a 326 metros de altitude, de Jordão tem as seguintes coordenadas geográficas: Latitude: 9° 26′ 4” Sul, Longitude: 71° 53′ 4” Oeste. Extrativista Alto Juruá, e a Reserva Extrativista do Alto Tarauacá.

Those who are born here are called jordãoenses, and the county extension is of 5,357.3 Km². In the last census (2010) the population was of 6,577 habitants in the territory, its majority formed by indigenous people. There we find the High Juruá Extrativist and the High Taraucá Extrativist Reserv. Sited 326 meters above sea level, these are Jordão geographical coordinates :  9° 26′ 4” South; 71° 53′ 4” West.

O Município conta com 37 instituições escolares e 1.347 alunos devidamente matriculados, uma creche municipal, e um posto de saúde municipal, com médico e auxiliares de enfermagem.

The town has 37 school institutions and 1,347 registered students, a municipal nursery and a municipal Health center, with physicians and nursing assistants.

A extração do látex, é a principal fonte de renda de seu povo, junto com a agricultura. A prefeitura mantém frentes de trabalho para manter o povo com pequenos rendimentos para subsistência de suas famílias. As vias de acesso são aéreas e fluvias, sendo que na época das cheias dos rios o trajeto de Tarauacá a Jordão chega a seis dias de navegação.

Latex extraction is the main source of income of its people, followed by agriculture. The town hall keeps work fronts to mantain the people with minimal yield to the subsistance of the families. The access ways are through the air and the rivers, and in the flood season the traveling time from Taraucá to Jordão is about 6 days by water.

A cidade de Jordão é banhada pelo rio com o mesmo nome, e no território habitam 32 Aldeias de índios, todas hunikuins.

Jordão city is bathed by the river with the same name and in the territory live 32 indigenous villages, all Hunikuin.

 

Nota: Mapa desenhado pelo movimento Survival

A Survival é o movimento global pelos direitos dos povos indígenas. Ela dedica-se à causa e defesa desses povos, proteger suas terras e auxiliá-los a determinar seus próprios futuros. Eles focam seu trabalho na Floresta Amazônica, que é hoje a única região na face da terra onde sabe-se que há de fato população indígena com pouco ou sem nenhum contato com o “mundo modernizado”. A cidade de Jordão, está localizado exatamente no coração da área de pouco contato, como mostra o mapa desenhado pelo Survival. A região verde escura é onde se concentra população de índios Isolados da Amazônia. Veja abaixo:

The Survival is a global movement for the indigenous people rights. It’s dedicated to the cause and defense of these people lives, protecting their lands and aiding them to establish their own future, as the institution declares in it’s website. They focus their work on the Amazon rainforest,, that is, today, the only region on Earth where it’s known that there are indigenous with none or little contact with the “modern world”. The city of Jordão is located exacly in the hearth of this low-contact area, as the map of Survival shows. The dark green part is where these isolated amazonian folk are concetrated. See bellow:

 

 

A ayahuasca

A ayahuasca, uma bebida sagrada para diversos povos antigos da floresta, vem ganhando um destaque no mundo todo, despertando a curiosidade crescente de pessoas na busca do autoconhecimento. Seu uso é feito em consagrações que buscam a expansão da consciência individual e coletiva. Com esse propósito de elevação espiritual, os rituais que oferecem a bebida abrem-se para a união entre todos as culturas e pessoas. Nessas consagrações, os povos indígenas também oferecem suas canções, suas orações, suas cores e suas curas na forma de medicinas da floresta. A ayahuasca junta-se ao tabaco do rapé tradicional e do cachimbo, à sananga, ao kambo e a outros elementos da mata, trazendo seus guardiões – instrutores ancestrais de aspectos fundamentais do nosso mundo. Seu uso espiritual permite um direcionamento construtivo na ingestão dos princípios ativos das plantas, algo que não pode ser descuidado nem irresponsável. De fato, se tomados com sabedoria, a ayahuasca e as medicinas da floresta podem ajudar no tratamento contra o abuso de drogas e hábitos autodestrutivos.

Ayahuasca, a sacred drink for many ancient folk of the forest, has been winning importance in the whole world, awaking the rising curiosity of people in the quest of self-knowledge. It’s used in consagrations that aim for individual and collective conscience. With this propose of spiritual elevation, the rituals that offer the drink open themselves for the union between all culture and people. In these consagrations, the indigenous people also offer their chants, their prayer, their colors and their cures as forest medicines. Ayahuasca joins the traditional rapé (snuff) and pipe tobacco, sananga, kambo and other jungle elements, bringing their guardians – ancestral instructors of fundamental aspects of our world. It’s spiritual use allows a constructive directioning in the ingestion of the plants active principles, something that can’t be careless nor irresponsible. In fact, if taken wisely, ayahuasca and the forest medicines can help in the treatment against drug abuse and self-destructive habits.

Conhecida como um “chá”, trata-se de uma bebida tradicional das folhas de chacrona (Psychotria viridis) e o cipó jagube. A chacrona contém DMT (dimetiltriptamina), uma substância presente em todos os mamíferos e diversas plantas, enquanto o jagube carrega i-MAO, o inibidor da enzima MAO (Monoamina oxidase), responsável por degradar as moléculas de DMT no corpo. A ayahuasca resulta de horas de decocção das folhas e do cipó, feita com muito respeito por todos os grupos que realizam um trabalho espiritual sério.

Known as a “tea”, it’s a traditional drink from the chacrona (Psychotria viridis) leaves and the jabuge (Banisteriopsis caapi) vine. Chacrona has DMT (Dimethyltryptamine), a substance present in all mammals and many plants, while jagube carries i-MAO, the inibitor of MAO enzime (monoamine oxidase), responsible for degrading DMT molecules in the body. Ayahuasca is the result of hours of decoccing the leaves and the vine, a process done with much respect for all groups that have a serious spiritual work.

Uma vez no corpo, o DMT permite ao ser humano abrir sua visão a diferentes perspectivas de consciência. Alinhando-se coletivamente por meio de canções e conexões com os pajés, txanas (cantores e cantoras), guias e guardiões, podemos ter acesso à consciência expandida da qual fazemos parte com a natureza. Essa conexão pode ser entendida como uma forma de transcendência. A floresta abre suas cores e sua sabedoria quando, com calma e entrega, criamos clareza de nossa essência mais pura e inteligente.

Once in the body, DMT allows the human being to open up vision to different conscience perspectives. Collective aligning through chants and connexions with the shamans (pajés), txanas (singers), guides and guardians, we can have access to expanded conscience from which we are a part with nature. This connection can be understood as formed of transcendence. The forest shows its colors and wisdom when, with calm and surrender, we create clarity from our purest and most intelligent essence.

As medicinas da floresta espalharam-se e inspiraram milhões de adeptos pelo mundo inteiro, cocriando um amplo estudo sobre a consciência da unidade espiritual, cultural e natural. Essa integração é uma vontade íntima de todo ser. É o estado de unidade que permite verdadeiros milagres e transformações na saúde humana, seja individual ou coletiva.

The forest medicines have been spread and inspired millions of adepts throughout the world, cocreating a wide study about the conscience of spiritual, cultural and natural unity. This integration is an intimate will of every being. It’s the state of unity that allows true miracles and transformations in human health, whether individual or collective.

Muitas pessoas encontram, por meio da ayahuasca, insights e ferramentas que auxiliam na construção da coerência interna. São possíveis revelações que se destacam e aparecem com claridade à mente, para além das mirações que o espírito da Rainha acompanha e introduz no aprendizado. A Rainha é o espírito mestre da ayahuasca, chamada por muitos outros nomes nas tradições indígenas e conhecida por todos que reverenciam as medicinas da floresta. É compartilhado um ambiente espiritual seguro no qual os indivíduos possam trabalhar superações pessoais e habilidades inatas, enquanto aprendem sobre compaixão por si mesmo e por todos os seres. O contato com a natureza fortalece os sentidos e sentimentos, transcendendo o intelecto e trazendo a cura que passa a ser uma realidade de cada um.

Many people encounter, with ayahuasca, insights and tools that aid in the construction of the intern coherence. It is possible to have highlighted revelations that show up with clarity to the peaceful mind. It goes along and beyond the “mirações” that the Rainha introduced in the learning. The Rainha (Queen) is the master spirit of ayahuasca, called by many other names in the indigenous traditions and known by all those who reverence the forest medicines. It’s shared a safe spiritual environment in which the individuals can work personal overcomings and innate abilities, while they learn about compassion for yourself and all beings. The contact with nature enhances the senses and sentiments, transcending intellect and bringing the cure that becomes a reality to each one.

A proximidade com tradições ancestrais cria a possibilidade de um contato profundo com um conhecimento disponível a toda humanidade sobre coexistência e corresponsabilidade. A floresta e todos os seus habitantes – humanos e não-humanos – é um coletivo que faz parte da Terra. Faz parte de todos os indivíduos. Compartilhamos um mundo de saberes e horizontes, paisagens harmoniosas, reencontros de jornadas. A ayahuasca é um ponto de luz e união nessa rede; um ponto de conversão que hoje traz o potencial de unir os mais diversos curandeiros, médicos e estudiosos de Gaia. Embarcar nesse estudo é um passo no nosso reencontro com um xamã antigo… uma pele com a qual todos, em alguma existência , caminhamos.

The proximity with ancestral traditions creates the possibility of a profound contact with a knowledge available to all humanity about coexistence and co-responsibility. The forest and all its inhabitants – humans and non-human – are a entourage that’s part of Earth. It’s part of everyone. We share a world of wisdom and horizons, harmonious landscapes, journey reencounters. Ayahuasca is a point of light and union in this network; a conversion point that today carries the potential of uniting many kinds of healers, physicians and students of Gaia. Boarding on this study is a step in our reencounter with an ancient shaman… a skin with which everyone of us, in some existence, have walked.

Conheça a vacina do sapo, ou kambô

Dentro da cultura dos katukinas e kaxinawás, encontramos a conhecida “vacina do sapo”. Chamada também kambô ou kampô ou kampu, há uma variação dos locais de aplicação desta resina natural retirada de um sapo que vive na Amazônia. De nome científico Phillomedusa bicolor, esta vacina, contém a substância peptídeos analgésicos, que em sua propriedade, indicam algumas versões, tem o poder de fortalecer o sistema imunológico, destruindo micro-organismos patogênicos. Essa resina de caráter medicinal descoberta pelo povo da florestas é usada como proposta de vacina por nativos da Amazônia, para prevenção e combate a doenças. Sua aplicação é realizada sobre a pele e transportada rapidamente para todo o corpo pelos vasos linfáticos.

Os índios indicam a vacina para qualquer distúrbio e desequilíbrio, pois afirmam que purifica o sangue por meio da eliminação das impurezas. É também usada sem qualquer sintoma, mas como o kambô para reforçar a imunidade, ou seja, preventivamente.

Inúmero relatos dos locais descrevem que após a aplicação ocorre um estado de conscientização e clareza de pensamentos, assim como sensação de harmonia e de felicidade. Há ainda a indicação de ocorrência regular de sonhos, melhora da percepção e da intuição e fortalecimento da autoestima.

Diz à lenda que uma vez os índios de uma aldeia kaxinawá ficaram muito doente, e, o pajé tentou curá-los de diversas maneiras, mas nada surtia efeito. Além dele, o sábio curandeiro ancestral da aldeia utilizou todas as ervas medicinais disponíveis, mas nada livrou aquelas pessoas da agonia. Então, em um ritual de pajelança, o pajé recebeu uma mensagem para que se embrenhasse na floresta. Lá, sob os efeitos da ayahuasca, inesperadamente recebeu a visita do grande Deus, que trazia nas mãos um sapo verde, da qual tirou uma secreção esbranquiçada nas costas do animal, e ensinou como deveria ser feita a aplicação dessa secreção nos enfermos.  Voltando à aldeia da tribo, e seguindo as orientações que havia recebido, o pajé pôde curar seus irmãos e irmãos índios. A história pode nos parecer fantasiosa ou mesmo inverossímil, mas o sapo verde existe e a utilização do kambô é rotineira. Dos índios katuquinas, recebeu o nome de ‘’kambô’’, dos kaxinawas, ‘’kambu’’ ou ‘’kambô’’, também podendo ser chamada de kampu ou kempô dependendo da tribo  indígena.

O efeito da vacina do sapo é imediata e curta, porém muito forte: “uma forte onda de calor, que sobe pelo corpo até a cabeça. A dilatação dos vasos sanguíneos parece provocar uma circulação mais veloz do sangue, deixando o rosto vermelho e, em seguida fica pálido. A pressão arterial fica baixa, podendo provocar náuseas, vômito e diarreia. O efeito tem duração de cerca de 15 minutos. A sensação desagradável aos poucos dá lugar à normalidade, e a pessoa se sente mais leve, como se tivesse feito uma boa limpeza, ganhando uma maior disposição”.

Desde 1980, uma série de pesquisas científicas vêm sendo realizadas sobre as propriedades da secreção de Phyllomedusa bicolor. O primeiro a “descobrir” as propriedades da secreção para a ciência atual foi um grupo de pesquisadores italianos. Amostras de rãs foram levadas do Peru para um pesquisador nos Estados Unidos que já havia pesquisado e patenteado anteriormente substâncias da espécie ranária Epipedobates tricolor, utilizada tradicionalmente pelos povos indígenas de Equador.

Também foram publicadas pesquisas sobre as propriedades da secreção por cientistas franceses e israelitas. Mais recente, a mídia informou que a Universidade de Kentucky (EUA) está pesquisando e já patenteando, uma das substâncias encontradas na secreção do sapo em colaboração com a empresa farmacêutica Zymogenetics.

Há ainda literaturas que indicam resultados surpreendentes, com o detalhamento e catalogação de uma série de substâncias altamente eficazes, sendo as principais a dermorfina e a deltorfina, pertencentes ao grupo dos peptídeos. Estes dois peptídeos eram desconhecidos antes das pesquisas de Phyllomedusa bicolor. Dermorfina é um potente analgésico e deltorfina pode ser aplicada no tratamento da isquemia (bloqueio de circulação sanguínea e de oxigênio que pode causar acidente cerebral vascular, popularmente conhecido como derrame). As substâncias secretada pelo sapo também possui propriedades antibióticas e de fortalecimento do sistema imunológico.

Apesar da autoridade sanitária brasileira (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa) determinar a suspensão de toda propaganda ou divulgação sobre a Vacina do Sapo – sob alegações de que não há comprovação científica da eficácia das propriedades terapêuticas e/ou medicinais veiculadas (por meio da Resolução – RE nº 8) -, o cientista Italiano da Universidade de Roma, professor Vittorio Erspamer, indicado duas vezes para o Prêmio Nobel, concluiu contrário a este parecer da Anvisa. Dentro os estudos mais contundentes de Erspamer está a descoberta da serotonina*.  Por meio de suas pesquisas, Erspamer concluiu que a kambô contém um “coquetel fantástico de substâncias com vasto potencial para aplicações médicas, não comparável a qualquer outro anfíbio”.

No final dos anos 1950, o cientista concentrou suas pesquisas nos peptídeos. No laboratório da Universidade Médica Farmacológica de Roma, desenvolveu estudos em animais anfíbios, crustáceos e moluscos, que foram objetos de numerosas pesquisas na Europa e América do Norte. Em 1979, por evidências técnicas, ele se concentrou no estudo no peptídeos opióides Phillimedusa, sapo específico da América do Sul, em especial na parte ocidental da Floresta Amazônica, e, em especial na faixa da fronteira entre Peru, Bolívia e Brasil (nos estados de Roraima e Acre). Esta substância é aplicada pelos índios nativos da região para aumento de suas habilidades como caçadores, fazendo com que sintam-se “invencíveis” e com a atenção e motivação em excelente estado.


*Nota:  Comer doces, Serotonina e Triptofano

Alguns pacientes com quadro de ansiedade e/ou depressão se queixam de uma vontade aumentada de comer doces, incluindo chocolates. Foi tratando-se esses casos com antidepressivos que aumentam a disponibilidade de serotonina e estudando-se a farmacologia da sibutramina, indicada para a compulsão alimentar, notadamente para doces, que a relação sibutramina-ingestão de doces foi estabelecida.  

A serotonina além de desempenhar importantes funções no sistema nervoso, tais como a liberação de alguns hormônios, a regulação do sono, da temperatura corporal, do humor, da atividade motora e das funções cognitivas, também regula a saciedade alimentar.

Soube-se assim que níveis baixos de serotonina, particularmente numa estrutura cerebral chamada hipotálamo, desencadeiam sensação de necessidade de alimentos (particularmente de doces) além do mal-estar emocional. Assim como outros doces, o chocolate parece aumentar o nível de serotonina no hipotálamo, levando ao desaparecimento ou à atenuação da necessidade de comer açúcar e do mal-estar. Por causa disso acredita-se que os “chocólatras” sejam pessoas que vez por outra apresentam níveis baixos de serotonina e consequente mal-estar que desaparece com a ingestão do chocolate.

Dessa forma, sabe-se há tempos que a falta da serotonina tem sido relacionada a doenças como o mal de Parkinson, distonia neuromuscular, depressão, ansiedade, comportamento compulsivo, agressividade, problemas afetivos e, mais recentemente, com o aumento do desejo de ingerir doces e carboidratos.

A sibutramina é uma substância que restabelece as taxas normais de serotonina, fazendo a pessoa atingir mais facilmente a saciedade e conseguir maior controle sobre a ingestão de açúcares. Outros medicamentos que também aumentam a taxa de serotonina são cada vez mais utilizados para emagrecer. A sibutramina e a fluoxetina, medicamentos antidepressivos, costumam proporcionar maior controle sobre o apetite, especialmente para doces.

Mas, paradoxalmente, e ainda não se sabe bem porque, a maioria dos outros antidepressivos parece fazer efeito contrário, resultando em aumento do peso. Hoje em dia, juntamente com o comprometimento da função sexual, um dos diferenciais mais valorizados entre os antidepressivos é exatamente saber qual proporciona menor aumento de peso. Por outro lado, nos casos onde o aumento de peso foi conseqüência da ansiedade e aconteceu antes do início do tratamento com antidepressivos, esses podem proporcionar emagrecimento.

O L-Triptofano é um aminoácido neutro precursor da síntese da serotonina. Variações nos níveis séricos do triptofano podem alterar a concentração de serotonina no cérebro. Desse modo, o triptofano têm sido prescrito como forma de potencializar os efeitos de antidepressivos. Alimentos ricos em proteínas, como carne bovina e de peru, peixe, leite e seus derivados, amendoim, tâmara, banana etc., contêm o L-Triptofano, o nutriente que regula a produção de serotonina.


Fontes:
Daly, Max (2016) Mit Froschgift gegen Depressionen und Alkoholpleme. Dispon;ivel em https://www.vice.com/de/article/yv4zym/kambo-froschgift-zur-behandlung-von-depressionen-und-alkoholproblemen
Erspamer, V. Medical Research on Kambo. Disponível em http://www.kamboalchemy.com/medical-research-on-kambo/ e http://www.kambomedicinaitalia.org/ricerca.htm
lLabate, B.C.; Lima, E. C. Medical Drug or Shamanic Power Plant: The Uses of Kambô in Brazil. Disponível em https://pontourbe.revues.org/2384?lang=pt
Lattazi, G Kambô: Scientific Research and Healing Treatments Disponível em http://www.heartoftheinitiate.com/files/Kambo-Scientific-Research-Healing-Treatments.pdf
Vargas, F El Kambó, la medicina que hace milagros con el sudor de una rana. Disponível em http://www.emol.com/noticias/Tendencias/2014/05/30/740431/El-Kambo-la-medicina-que-hace-milagros-con-el-sudor-de-una-rana.html
Blog Medicinas da Floresta Disponível em: http://medicinasdafloresta.blogspot.com.br/
Internacional Assocation of Kambo Practitioners – http://iakp.org/research-links/4584763576

Vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=Z0PXnAqPSks
https://www.youtube.com/watch?v=szXE36SC0t8
http://www.kamboalchemy.com/medical-research-on-kambo/